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26 junho 2013

Quero ganhar menos

Eu não ganho uma fortuna, nem um alto salário. Também não ganho nem perto dos melhores salários do lugar que trabalho, está longe disso. Mas tenho um salário que é maior que o mínimo e paga o plano de saúde, creche-escola e empréstimos.

Mas não to feliz. Não é o dinheiro que me realiza. Não são os cálculos, que tanto gosto, que me realizam. Não é a selva do mundo “corporativo” que me realiza.

Mas sou realista. Vivemos num mundo capitalista e faço parte dele. Alimento as necessidades capitalistas da minha família. Queremos sempre o melhor, aquilo que está um passo ali na frente, que ainda não temos.

Tbm sou realista que nossas necessidades “básicas” precisam ser atendidas. Que os preços no mercado estão pela hora da morte. Que é preciso aproveitar a vida, antes que ela passe. Que agente precisa de plano de saúde pq não da para confiar no SUS. Que precisamos de dentista, oftalmo e que a velhice chega.

Tenho sonhos. Sonhos que começaram lá atrás, quando começava a se formar na minha cabeça a idéia de ter uma família. Outro filho, uma casa com espaço, poder viajar e dar o melhor que puder para essa família.

Mas o que é o melhor?

Depois que virei mãe, as coisas mudaram um pouquinho na minha cabeça. Não consigo colocar um trabalho em prioridade se minha filha estiver doente. Como vou querer garantir o dindin no fim do mês, se o que é mais importante para mim, faltar? Aqui, e em qualquer outro lugar, sou facilmente substituível. Na minha família não.

Com a chegada de Laís, com a nossa convivência, a vontade de não ter só um filho só aumentou. Tanto amor assim tem que ser compartilhado (apesar de ter certeza que com outro filho o amor só vai aumentar), então a necessidade de ter outro filho cresce em mim.

Outro filho necessita de licença maternidade (remunerada), precisa de outro plano de saúde, precisa de outro “enxoval” – muito mais contido, dessa vez – precisa de creche...

Ops!!

Outro filho, outro amo, outro bem maior... e uma culpa ainda maior por deixar pela manha e só buscar a tarde. Por não acompanhar as conquistas do dia-a-dia. Outra nova dependência de outra pessoas para cuidar, carinhar, alimentar... Outra culpa ao ouvir – pq certamente vou continuar ouvindo – que queria estar todos os dias comigo, com a mãe.

Até onde eu preciso desse dinheiro para conseguir minha família? Até onde eu quero isso para mim???

O fato é que estou num momento de muita reflexão. Como disse a algum tempo atrás, estamos passando por mudanças no trabalho e isso contribui ainda mais para o sentimento de incerteza e insegurança. Contribui para meus questionamentos, para o meu descontentamento.

Fato é que esse momento de reflexão PRECISA ser só o começo na minha vida. Preciso de apoio de quem está ao me lado, isto é certo. Mas preciso ainda mais de mim mesma. De discernimento, força de vontade e todas essas outras expressões bonitas de auto-ajuda.

Já tenho uma ideia de por onde começar, já tenho o estimulo que preciso para começar, ainda preciso do apoio que não tenho para começar... Mas vou começar a estruturar um plano para mudar minha vida. Tenho um prazo, tenho uma meta. Pode ser que lá na frente eu dê com os burros n’água e tenha que voltar atrás. Mas se não fizer isso agora, eu posso me arrepender depois.

Sobre a idéia de ter outro filho... ela permanece.  Acho que tenho algumas incertezas nesse meio de caminho. Minha relação empregatícia e a mudança que esta acontecendo nesses meses podem ajudar a definir para mais ou para menos o tempo da chegada de outro filho e a relação que isso terá com meu “plano infalível”.

Copiando o que uma amiga disse: “Queria dormir e acordar só quando essa tempestade passasse!”. Mas agora preciso estar mais acordada que nunca.


Bora trabalhar??? Para ganhar menos... rsrsrsrs

4 comentários:

  1. amiga terminei de ler dei um suspiro e pensei "é disso que eu estou falando", fala sério né sintonia total ....

    óh eu tenho o apoio total e genuíno do maridex mas não tenho um plano como faz ?

    uma certeza eu tenho nesta vida "eu tb quero ganhar menos"

    beijos com todo amor deste mundo

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  2. Querida amiga... se fosse mais fácil seria bom, não é????
    Tem que ser difícil assim?? Ou será que complicamos muito?!?!?!?!


    Não sei.

    Só sei que estou contigo e entendo tudo o que vc disse.

    Um abraço beeeeem solidário desta amiga aqui!

    Beijos!

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  3. Menina, fiquei um tempinho sem aparecer por aqui, mas parece que o assunto da insatisfação com o trabalho anda recorrente, né? Tenho me sentido assim, não assim exatamente, mas quase assim, fico pensando na profissão que escolhi, que eu adoro, mas é tão massacrante e o resultado demora tanto pra chegar (só depois de um mestrado, doutorado e olhe lá). Depois que os filhos nascem a gente muda as prioridades e hoje vejo que o que eu pretendia fazer com essa profissão é completamente diferente do que desejo hoje, mas vamos vendo onde vai dar e espero sinceramente que tudo dê certoO, para você e para mim... rsrsrs.

    Beijos!

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  4. Nossa! É exatamente isso que eu sinto em relação ao meu trabalho... há 15 dias atras pedi demissão, estou cumprindo aviso prévio, mas SER MÃE me "exigiu" isso. Me sento muito culpada da minha filha ficar das 9h às 18 em uma creche, onde toma café da manhã, almoço, lancha e janta. Fico frustada! Ela já chega em casa dormindo... Estou perdendo muuuuito! No momento a minha filha é prioridade na minha vida, e estou contando os dias para me dedicar integralmente a minha função de mãe.
    Um grande beijo e boa sorte para vc!

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